quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Será que Deus fica necessariamente em silêncio quando sofremos?



Será que Deus fica necessariamente em silêncio quando sofremos?



Partindo de nossas perspectivas limitadas tentamos encontrar respostas à perguntas que nós mesmos fazemos com freqüência. É a pergunta que começa com "por quê"? Por que isso aconteceu? Por que meu noivado acabou? Por que essa enfermidade? Por que fui despedido? Afinal, por que estou sofrendo?
As perguntas não têm fim, e cada um de nós possui a sua própria lista. Às vezes, há tanta emoção envolvida que não nos atrevemos sequer a esternar nossa frustração, porque não obter uma resposta clara para a pergunta que poderia abalar os alicerces de nossas crenças em Deus e sua bondade. Entretanto, as perguntas persistem em nossa mente.
Embora seja difícil de entender, a bíblia mostra que Deus é o originador de alguns sofrimentos. Como exemplo temos o apostolo Paulo, o qual recebeu da parte de Deus (II Co 2:7) um espinho na carne com o objetivo de que ele não se exaltasse. Deus não é a única fonte de sofrimento. Com freqüência, o sofrimento resulta de nossas próprias ações em muitos casos é resultado do pecado (Tg 1:14,15).
O pecado sempre resulta em algum tipo de morte. Às vezes trata-se de morte física: mata nossos relacionamentos, nossa auto-estima, as aspirações e a disciplina. Todos esses tipos de morte resulta em alguma forma de sofrimento (medo, tristeza, dúvida, insegurança, frustração, etc). A morte não fazia parte do plano original de Deus para o homem. Ela é uma interrupção. É inimiga de Deus e também do homem, representando o contrário de tudo quanto Deus quis realizar. Nossa realidade foi determinada pela escolha de Adão: pecar. E o pecado sempre resulta em sofrimento, os dois andam de mãos dadas.
Mais importante que saber a fonte do sofrimento é saber como reagir ao sofrimento. Por quê? Por que o sofrimento, seja qual for sua origem, é a ferramenta mais eficaz de Deus para aprofundar nossa fé e devoção a ele. Entretanto, nossa reação à tribulação irá determinar se Deus pode ou não usar a adversidade a fim de executar seu propósito. É verdade que as tribulações podem destruir nossa fé. Se não reagirmos do modo correto, o sofrimento pode atirar-nos numa queda espiritual. Tudo depende de nossa reação.
Embora desejamos saber a resposta do por que, na verdade essa não é a pergunta mais importante. A pergunta que cada um de nós precisa fazer é: "Como devo reagir"? Se passarmos muito tempo tentando encontrar a resposta do porque, corremos o risco de não aprender o que Deus está tentando ensinar-nos, e as explicações que procuramos tão desesperadamente se tornam bem claras quando reagimos corretamente ao sofrimento. Nossa maior preocupação não deve ser a origem de nosso sofrimento.
Pense um pouco: Qual foi a origem do sofrimento de Cristo? A reação de Jesus diante dele permitiu ao Pai Celeste transformar essa "tragédia" e usá-la para o bem supremo. Esse é o objetivo de Deus em todos os nossos sofrimentos nesta vida.
Será que você tem estado tão preocupado em descobrir por que o sofrimento cruzou seu caminho, que acabou perdendo Deus de sua vista? Seu sofrimento fortaleceu-lhe a fé? Ou enfraqueceu-a?
O sofrimento é uma realidade que não podemos evitar. Portanto, o melhor que podemos fazer é reagir de maneira tal que fatos negativos possam ser usados de modo que a vontade de Deus se cumpra em nossa vida. E à medida que vamos reagindo adequadamente, é possível que comecemos a entender o porquê do sofrimento!
Apesar de toda a dor e adversidade que Deus nos permite sofrer, duas coisas são imutáveis. Primeiro: Ele é sensível àquilo que sentimos (Hb 4;15). Segundo: seja o que for que Deus está realizando em nós através do sofrimento, será sempre para o nosso bem. é nossa reação ao sofrimento que determina a medida em que tal situação produzirá esse bem. Se confiarmos em Deus em meio às nossas adversidades, depois de tudo concluído, creremos de forma sincera que valeu a pena.
Porém um dos aspectos mais frustrantes da vida cristã é que, as vezes, Deus se mostra silencioso! Depois de derramarmos o coração diante do Senhor, gostaríamos de receber uma resposta. Para piorar ainda mais as coisas, quando lemos a bíblia, parece-nos que Deus estava sempre falando aos personagens que vivem em suas páginas. Esse silêncio de Deus para o crente, torna o sofrimento muito mais difícil de suportar, visto que em nossa visão cósmica, se inclui um Deus amoroso. Quando a tragédia se abate sobre nós, ou tempos difíceis nos sobrevêm, nossa visão cósmica sofre um abalo.
Você talvez seja um dos muitos milhares de pessoas solteiras deste país que procuram o cônjugue certo. Você tem feito o possível para manter-se fiel aos seu padrões. Decidiu firmemente que vai esperar o que Deus lhe enviar, que será o melhor. Entretanto nada acontece. E por isso você começa a pensar se será mesmo válido esse negócio de "esperar no Senhor". Não podemos medir o envolvimento e o interesse de Deus em nossa vida pela natureza de nossas circunstâncias.
Meu amigo, Deus não se esqueceu de você. Ele pode estar em silêncio, mas não parado. Lembre-se: Em meio à angústia da adversidade achamos o silêncio de Deus muito maior. Entretanto, mesmo nas mais terríveis adversidades ele opera, a fim de desenvolver o nosso carácter e realizar Sua vontade em nossa vida.
O sofrimento é inevitável. E ele nos sobrevêm sem aviso, pegando-nos de surpresa. Ele pode destruir-nos ou fortalecer-nos. Pode ser fonte de grande amargura ou de abundante regozijo. Pode ser o meio pelo qual nossa fé se aprofundará. O resultado não dependerá da natureza nem da fonte de nosso sofrimento, mas do caráter e do espírito da reação para com ele será determinada em grande parte pelas razões que temos para continuar vivendo, pelo nosso propósito para prosseguir.
Meu amigo, se você é um filho de Deus, cujo profundo desejo é ver Deus glorificado através de sua vida, o sofrimento jamais o derrubará em definitivo. Haverá momento iniciais de abalo e perplexidade. Entretanto, aquele que vê esta vida e a vindoura pela perspectiva de Deus sempre sairá de tudo vitorioso.




Adaptação do livro
"Como lidar com o sofrimento",
autor Charles Stanley

Nenhum comentário: